Sofia Tsirakis
Danças polifônicas
MAMA SY YIÁ:Descolonizar a maternidade e nossa relação com as crianças
O projeto MAMA SY YIÁ, pretende dar continuidade à pesquisa e criação da Cia Danças Polifônicas após um mergulho profundo no processo de duas gestações, partos e início da maternidade vivenciado pela diretora Sofia Tsirakis desde o começo de 2019. Arte e vida sempre estiveram intimamente ligados nos processos criativos da Cia, e se faz necessário refletir, discutir e se aprofundar em temáticas acerca de um corpo-mãe dançante e seus desdobramentos, e de como podemos pensar a presença das crianças junto, fazendo parte do cotidiano adulto.
Para isso propomos espaços de troca e reflexão, falas públicas, vivências, mostra de trabalhos e um processo de criação que resultará em um vídeo dança e um espetáculo.
Núcleo artístico: Sofia Tsirakis e André Balboni
Direção geral, coreografia e intérprete: Sofia Tsirakis
Direção musical e dramaturgia: André Balboni
Concepção: Danças Polifônicas
Participantes ciclo semente: Inaê Moreira dos Santos, Marcele de Morais Ribeiro, Pedro Fontes de Oliveira Júnior (Isis Broken), Lourenzo Gabriel Duvale Lima (Aqualien) Bárbara Flores Borum-Kren, Fernanda Puri, Danilo Costa Gusmão (Dandá Costa)
Falas públicas: Geni Nunez e Ana Thomaz
Vivências: Inaê Moreira e Morena Nascimento
Claridade - Érica Tessarolo
omi - Inaê Moreira
B O N I N A e VIRAÇÃO - Morena Nascimento
Puerpério - Diogo Granato
Mandala Playground - Ricardo Iazetta
Sagração do Agora! - Toshiko Oiwa
Produção executiva e administrativa: Iolanda Sinatra.
Designe por Isabelle Passos
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VIVÊNCIA "EMI WÁ" COM INAÊ MOREIRA
Essa é uma oportunidade de aprofundar o trabalho que Inaê Moreira, artista, mulher negra, e mãe, vem desenvolvendo há alguns anos com o projeto Dança Intuitiva, e também através do seu trabalho artístico de maneira autônoma. O provérbio Iorubá "Emi kó ní kán. Emi ní Egbe" – “Eu não sou uma, eu sou uma comunidade”, traduz bem o que a levou a manifestar esse convite. “A possibilidade de partilharmos de forma aprofundada as danças
e os saberes que herdamos de nossas ancestrais africanas, e com isso, criar uma comunidade de estudo, movimento e celebração da nossa vitalidade, mesmo em tempos tão difíceis." Os saberes Iorubás e sua imensa contribuição cultural são a fonte desse trabalho. As Iabás nos revelam como abraçar as nossas potências para seguir adiante. Nesse espaço, através de quatro encontros, vamos nutrir a nossa criatividade através da
dança intuitiva.
“Nossas ancestrais sempre dançaram, sabiam que como tudo na natureza tem movimento, mover-se de maneira consciente era estar em pleno equilíbrio com o cosmos. Essas danças para a fertilidade ou para celebrar uma colheita estão registradas em desenhos nas paredes
de Merkuts do antigo Kemet, e também chegam até nós quando cultuamos nossa ancestralidade Yorubá – a dança dos Orixás. Acredito que nosso espírito guarda essa sabedoria. Sabemos dançar, intuitivamente. Nos convido a despertar essa potência, aqui e
agora, orbitando com as estrelas, renascendo a cada lua, como tudo que está vivo.”
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Fala pública “O que está acontecendo com as mães?” com Ana Thomaz
Em um momento onde a neurose é normalizada como modo de vida revelando nossas desconexões com a natureza da vida, mães vivem o conflito de reencontro com a natureza a partir da maternidade e a exigência de manter as relações sociais neuróticas, de ideias e ideais. O que está acontecendo com as mães? será a pergunta central para a realização desta fala pública. Ana Thomaz é professora da Técnica Alexander, iniciadora de processos comunitários, mãe de três filhas e filho desescolarizados
Fala Pública com Maternidade Sapatão
Segunda fala pública pelo projeto MAMA SY YIÁ. Desta vez com Alessandra Ayabá e Aline Brito (@_alinexu @mama.aya__) da Maternidade Sapatão (@pmaternidadesapatao) para partilhar suas vivências sobre maternidade preta, sapatão, possível e de quebrada.
Fala Pública "Monocultura dos afetos e a questão do cuidado" – Geni Nunez
A colonização não acabou, ela continua, atualizando-se nas relações de exploração dos diferentes territórios. Entendendo nosso corpo como parte deste território e também como alvo das invasões coloniais e da expropriação da autonomia e da saúde, nesse encontro falaremos sobre a monocultura dos afetos e seus efeitos na produção de um único jeito de ser e estar no mundo, especialmente nas relações de cuidado protagonizadas por mães. Assim como a terra precisa de descanso, por ser viva, mas é a todo momento explorada e exaurida, teremos como perguntas-chave: como o tempo se articula com a colonialidade dos afetos, com a (falta de) redistribuição do trabalho e a subtração do prazer e da saúde de determinados sujeitos? As reflexões serão orientadas pela perspectiva do reflorestamento do imaginário e seus desafios.